terça-feira, 13 de julho de 2010

Gorete (umtextopordia.blogspot.com)

Vai que, de todos os homens do escritório, ela começou a olhar justamente pra mim. Ela era Gorete, a nova secretária do nosso presidente. Gorete tinha uns 23 anos e era a mulher mais linda que já tinha pisado na firma. Mais bonita até que a mulher do presidente, a Dona Lourdes. Loira com os cabelos na altura dos ombros e um rosto triangular lindo. Os olhos, que eram azuis muito claros, iluminavam o nariz fino, não muito grande, e a boca grande com lábios finos. Eu era o Raulzinho. Tinha sido boy quando a empresa foi fundada e, pela simpatia dos chefes, fui mantido até hoje, apesar de não saber fazer quase nada, tranformado num faz-tudo. Sou baixo, gordo, com quase cinquenta anos, meio fanho, muitas vezes indo trabalhar sem tomar banho por pura preguiça. Eu era o cara pra quem a Gorete olhava.

As informações das outras colegas eram meio desencontradas. Era casada, era solteira, tinha um filho, tinha uma filha, era séria, era uma puta. Tudo dependia de qual das garotas contava a história. Depois dos primeiros dias em que ela apenas olhava, começou a conversar comigo. No refeitório, na hora do almoço, sempre sentava na minha mesa. Além de bonita, era uma mulher agradável. Agradável demais. Começamos a pegar o ônibus juntos até o Centro pra conversar mais. Voltávamos de Cachoeirinha até Porto Alegre, onde nos separávamos e seguíamos nosso próprio caminho pra casa.

As diferenças entre Gorete e eu eram enormes. Depois do trabalho, eu ia para a casa dos meus pais, onde podia aproveitar todo o conforto de ainda ser filho. Ela, por outro lado, ia para a casa do filho, onde ainda enfrentava toda a dificuldade de ser mãe. Eu podia fazer o que quisesse: ler, ouvir música, sair com os amigos, transar com alguma ex-namorada. Ela se limitava a fazer o que o filho permitia: ver desenhos animados na TV, brincar de luta, ler histórias infantis. Sexo? Ah, o moleque não deixava.

Eu tinha medo de convidar a Gorete pra sair. Tinha medo de estar me enganando, tinha medo de que ela não gostasse de mim. Mas convidei e ela aceitou. Ela aceitou e nós fomos ao cinema, e eu a beijei antes dela fechar a porta do edifício. E no outro dia, voltamos do trabalho de mãos dadas no ônibus.

Virou namoro. Eu conheci o menino. Ele tinha uma série de problemas na escola. Não brincava, não conversava, só fazia o que a professora mandava. Era uma espécie de robô. No começo ele não falava comigo. Depois de um tempo, veio se aproximando. Meu namoro com Gorete seguia firme. Já fazíamos tudo que era possível para um casal de namorados com um filho pequeno. Transávamos do jeito que dava, sempre que tínhamos chance. Aproveitávamos as idas do moleque à casa da avó para andarmos nus pela casa, essas coisas. Mas me parecia que tudo que eu sentia pela Gorete não era correspondido.

Só que o garoto gostava tanto de mim que ela nunca teria coragem de desmanchar o namoro.

Eu já passava de quatro a cinco dias por semana na casa de Gorete até que o dia em que acordei de madrugada e ela não estava dormindo comigo. Estava mal acomodada numa cadeira da sala. No outro dia, acordei novamente e ela estava dormindo no mesmo lugar. Repeti a estratégia nos outros dias e bingo, era sempre a mesma coisa.

Até que resolvi esperar acordado pra tentar entender aquilo tudo. Gorete me deixou dormir, levantou da cama, foi até o quarto do filho e o beijou. Tive a nítida impressão de ouvir Gorete dizer:

- Dorme bem, meu anjo. Pela tua felicidade a mãe faz qualquer coisa. Até aguentar o chato do Raulzinho.

Quantos homens de 48 anos que estão comendo uma garota de 23, linda e gostosa, aguentariam ouvir isso e descobrir que estavam ali, aproveitando aquela verdadeira maravilha, única e exclusivamente pela necessidade do seu filho ter um pai? A pretensão de ainda ser bonito, gostoso, desejável, de ter um pau enorme e ereções fantásticas, tudo foi por água abaixo.

Pensei em surpreendê-la e dizer que nunca, nunca mais apareceria em sua casa. Que não levaria mais o moleque à escolinha, que nunca mais ia visitá-lo e que, antes de ir embora, diria pra ele nunca mais me chamar de pai. Entrei na sala pensando nisso. Mas ela me abraçou, me deu um beijo, ajoelhou, baixou minha cueca e começou a chupar meu pau. Chupou muito. Chupou até me fazer gozar. E engoliu tudo, tudo mesmo.

Foda-se o que ela sente. O menino precisa de um pai. Eu preciso de uma boa trepada. Fui até o banheiro, passei um papel higiênico no pau, voltei para o quarto e dormi. Ela ficou na sala, disse que ia ler um pouco.

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