O Cris e a Carol são um casal de tatuadores. Eu tenho feito minhas tatuagens com eles nos últimos dois anos. Cheguei lá porque a Carol é irmão do meu amigo Beto (grande amigo, um irmão mais novo). Então um dia fui me riscar com ela, achei o Cris um cara legal também e resolvi que ia ficar me tatuando com eles. Acho que já faz umas cinco ou seis tatuagens.
Mas não é sobre o trabalho deles que eu vou falar, apesar de recomendar para todo mundo. É sobre a admiração que eu sinto pela história deles.
Às vezes eu fico pensando como a gente só acredita que a vida pode ser legal se for cheia de coisas difíceis de conseguir. Um carrão, um apartamento enorme, dinheiro pra viagens, roupas legais, CDs, DVDs, o caralho. Daí se mete num trabalho de merda pra ganhar grana, pra comprar, pra fazer crediário, pra ter tudo que acha que precisa pra ser feliz. E quando consegue, nada muda.
A Carol e o Cris não são assim.
Eles fazem o que gostam, ganham sua grana, vivem numa boa e eu posso afirmar que se amam. Tatuando um maluco numa hora, furando outro logo em seguida, trocando uma idéia com cada um, conhecendo uma história diferente a cada cliente, ouvindo punk rock. Quando chega o verão, geralmente eles alugam uma loja e vão trabalhar na praia. E conhecem mais gente, ouvem outras histórias. No verão passado eles trabalharam tanto que resolveram tirar uma folga por semana, na quarta-feira. Pra descansar, jogar um game.
Eu acho isso legal pra caralho. É a vida que eu queria ter.
Pena que eu não sei desenhar.
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